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quinta-feira

Cápsulas de amor


tomara mais que o prescrito, quase tantas quantas as bolas que chupara compradas pelo Zé bolinhas de neve, aquelas embrulhadas a celofane cor sangue.
O Zé bolinhas... anos mais tarde, poucos, pedira para que ela lhe fizesse um bico atrás do barracão da Conceição dos queijos caseiros, frescos, queijos frescos.
Acordou na lembrança ao sabor acre, ainda assim, não tão ácido como o esperma do Zé. Nem as bolas de neve adocicavam a boca após explosão do desejo.
Ela, desde tal data deixara de comer queijo fresco. Bicos? Não, esses continuava sôfrega no aperfeiçoar. Enchia a boca e apertava o peito deles a quando lhes engolia os tomates latejantes.
Continuou, por muitos anos a comer bolinhas de neve, encontrava-as perdidas nos bolsos dos casacos, perdidas a cada estação, num casaco leve de malha usado durante o último verão ou mesmo num grosso ao estilo casacão.
E comprimidos? Também tomava muitos!
Cápsulas, só as do amor.

5 comentários:

opusdesiderium disse...

"Cápsulas, só as do amor."
..........embrulhadas a celofane cor sangue."

Vulcano disse...

E porque haveria ela de deixar de gostar de queijo fresco?
Enquanto houver bolinhas a cair o Zé ou outros Zés, darão sempre o queijo fresco a provar... cápsulas, meras cápsulas de amor e de prazer!

Beijo,

Zé Leiteiro...
Quer dizer...
Vulcano!

Algures disse...

Cápsulas do Amor?! E isso funciona?! Meia dúzia para a mesa do canto por favor...

lugar lotado disse...

:) :) Vulcano, quanto ao queijo não há explicação!

lugar lotado disse...

É já a seguir!!! ;)