sentada, numa pequena mesa, redonda, sem requinte de bom gosto, nem pretensões a o ter. Era uma esplanada assente em solo cor de rosa, numa das ruas, agora lotadas ao cair do sol, onde outrora os marinheiros sedentos de afago, atracavam âncora. Embalados, ainda, pelo ritmo habituado, balançavam-se por mamas terrenas, ainda assim, sonhadas a cânticos de sereias.
Escutava o que sabia, num medo de uma voz cristalina e bruta, comandada pelas gentes do bem, do tal além. Do sítio melhor.
Dizia-lhe avistar o buraco que só ela cavava, em esperança vã de um dia adormecer melhor. Onde a gravilha, a que caia aos poucos da parede desse negro, não eram mais que pequenas pedrinhas aflitas por um manto de dó.
E a voz, celebrava irónica, tornado claro que a missão é só para os afortunados, benzidos pela luz da distância, talvez acolhidos pelo desprazer e falta de conhecimento do que é a sensibilidade.
Passou a respirar melhor, deixou de se avistar enfermeira de chagas sem sangue, já não se via bombeira de fogos extintos, psicóloga sem long chaise ou mesmo adepta de jogos sem finais felizes.
7 comentários:
A sensibilidade que nos permite apurar os sentidos, conhecer, descobrir... chegar algures onde apenas tu sabes... aí, longe dos marinheiros aventureiros, descobres o teu porto de abrigo. Onde a voz te chama. Onde a voz te encanta. Onde a voz te conquista... onde tu repousas. Onde tu amas.
Beijo*
Peço-te desculpas porque durante algum tempo deixei de te seguir, mas juro-te que não foi por mal, simplesmente escafodi da minha lista de blogs alguns perfis de for ma involuntária. Mas acho que agora fica bom!
Beijinho
Não deixes de jogar os jogos com receio de finais infelizes.......
e a sensibilidade será para todos? ou não é para todos!
Estás aqui, é o que importa ;)
Um pouco dorida de jogos. Uma pausa é bom e deixar os outros brilhar também :)
Não, a sensibilidade é apenas para os que a "sentem"...
Enviar um comentário