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sexta-feira

amagar

                                                                                                            Jack Vettriano
o primeiro amor ocupa o lugar todo destinado ao amar. como uma nódoa que se fixa, se entranha, não desbota, não disfarça. o primeiro amor é uma  marca é um olá no pensamento, um sorriso sorridente. é um refrigerante entornado, um café adoçado, um berlinde roubado, guardado num bolso furado. é recordação do pouco que talvez tenha sido ou de um desejo nunca engolido. é um afago de barriga, um aperto aconchegado é um prato bem cozinhado. o primeiro amor é o tempo que nunca passou, não enrugou, nunca empoeirou. é um sobreiro sem idade que dá sombra à sesta ambicionada é um mergulho num sonho molhado, sempre imaginado, um crescer sem amadurecer. é um querer sem nunca (mais) ter. o primeiro amor é o último amor, 
nunca se imagina a morrer.



" Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem ideias" - Fernando Pessoa 

4 comentários:

Vício de Ti disse...

Quando se ama acha-se sempre que é para sempre ... e na realidade é! Fica sempre lá guardado dentro de nós :))

Beijo enorme!

Herculano Garrano disse...

Eu não amo apenas o último...amo todos e trago comigo todos os amores que vivi...beijos do meu jardim
(quero que me beijes a mim...e não o divã...)

Herculano Garrano disse...

Manda-me o teu endereço...e seguirei a estrela...beijos

Ly disse...

o amor
mais uma vez o amor
e, eu mais um simples imortal que ainda não sabe como esquecer esse amor
um sussurro