matando o tempo, eis que voltou.
esperou que acontecesse algo de novo ao seu regresso, ao mesmo lugar de sempre. mas era noite e somente a sonância nocturna chegava até ela para a beijar, saudando-a pelo regresso.
esperou por uma voz diferente que lhe dissesse, porque foste?
mas era só silêncio a zombar.
continuava assim na sensação de solidão.
continuava assim na sensação de solidão.
ingrata, aguardou por fazer sentido e caiu no ridículo de não passarem de estalidos da noite, enganadores.
ninguém apareceria sequer para a matar, e se sim, falharia certeiro ao homicídio.
nem um princípio de boa morte se previa.
esperava. esperou. agoniou até ao som dele.
caíra no descanso inquieto, até ao vislumbre cru de uns lábios reluzentes colados ao vidro, gesticulados por um mundo com escala diferente, uns lábios sem olhos, apagados como a luz do luar.
abriu-lhe a porta do carro. com ligeira vénia convidou-a cobrindo-lhe os ombros com um manto pesado e enrolou-a a um abraço sugado sem tempo em mente.
gelou como a noite fria. não arriscou em interpretações ao arfar de quem a conduzia e entrou,
em si.
Que outra realidade pode esperar-me se não for a realidade que eu já conheço, elevada ao fulgor do desconhecido? - Maria Gabriela Liansol
5 comentários:
um sussurro
Ly,
Obrigada por estares aí desse lado.
Nunca sei quem está neste Lugar...
<3
Que bom teres voltado.
Gosto tanto de te ler, entro noutra dimensão... , na tua.
Obrigado
Obrigada eu
abre sempre esta porta
Beijo
Cada palavra neste espaço representa um meio de transporte que veicula uma espécie de ascensão. Acomodo-me no banco de trás, experimento o volante, passo para o lado do passageiro e tranco-te na mala... Na companhia de cordas e fita Tesa...
Loquaz, Lúcida e Inspiradora.
Beijo
Enviar um comentário