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segunda-feira

podia chamar-te Azul

despediu-se. virou costa e seguiu marcha naquela rua plana.
não quis subir à chegada ao prédio, a escadaria iria acelerar-lhe o coração e alterar o ritmo suave da respiração. nada mais se exaltava. estagnado, era um coração vivo, tranquilo sossegado.
seguiu na planície da cidade, em destino brando. ausentou-se sem propósito desejo, sem fim ou anseio.
depois despiu-se. 
despiu, lento, sem pudor, sem argumento.
despiu peça a peça. a nu a pele brita, anilada gritou turquesa. irradiou a um público só dele, de corpo em cor igual.  

passou então a despedir-se sempre à chegada, despedir-se à entrada, despedir-se a cada começo de nada.



"Lamentou que não houvesse uma despedida, mas era melhor assim, as despedidas são sempre o começo de outras coisas, não raras vezes mais fortes. Seguiria carregado o peito esperando que o tempo tomasse a seu cargo aliviar-lhe a carga, levantar-lhe os olhos e trazer-lhe a serenidade de um fim."

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