contemplava-a sem contabilidade de tempo, para ele o tempo era de calor ou de frio, chuva ou de clima seco. O dia era igual à noite mesmo as noites mais escuras, como ele. Não tinha relógio de pulso mas sim de barriga. O tempo era o dele, com todo o tempo para apreciar o tempo dela e por quem por ela passava.
Naquela janela sabia caber horas de conversas iguais, pareciam-lhe infinitas para sua natureza de gato. Por vezes, especulava o porquê ou para quê, ele que escutava tão simplesmente a natureza e sentia-lhe os desejos.
E depois, dadas as movimentações, sentia-lhe o estado. Olhava-a com olhos de gato meigo, pestanejava pausadamente, um olhar de afago de quem passaria mão no pêlo dela ao mesmo tempo que lhe diria; sente só o que te envolve, deixa esses restos de nada para um predador menor.
(continua)
6 comentários:
Cascata de sentidos, tu... ;) (sim, continua)
Gosto! Gosto muito do que leio aqui ... :)
beijocas
E ela continua á janela........
;)
Beijinho
e eu gosto MUITO de te ter por aqui!
Beijo
Não sei se aguenta os dias de inverno. Assim, até ao Natal...
Beijo my Shi
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